quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Argentinos na churrasqueira

A tal parrila argentina é considerada a melhor do mundo, desbancando tantos outros países também tradicionais na hora de assar carne. De alguns anos para cá, o churrasco argentino vem agradando ao paladar tupiniquim. Acostumados aos tradicionais rodízios, os brasileiros estão conhecendo a forma porteña de se servir costela, contrafilé, ponta de agulha e outras carnes nobres. Isso é comprovado pelo número de casas especializadas abertas recentemente na cidade de São Paulo.Quem ainda não provou de um churrasco hermano deve se perguntar o que de tão especial há no preparo para que ele seja considerado o melhor do mundo. As diferenças entre o de lá e o daqui, por exemplo, começa desde a criação do gado. Geograficamente, a Argentina é um país plano, diferentemente do Brasil, que é formado por morros e montanhas. O boi criado na Argentina não faz tanto esforço, resultando em uma carne com mais gordura, já que ele não cria músculos . Além disso, clima e pasto, também de boa qualidade, contribuem para que os animais tenham uma carne mais saborosa.
Os bois são criados em confinamento . Desta forma, os animais não se movimentam tanto, contribuindo para que sua carne seja macia. Basicamente, os criadores em nosso país vizinho trabalham com duas raças européias: a Aberdeen-angus e a Hereford. Por aqui, agora é que estamos promovendo misturas entre a raça Zebu com outras da Europa , diz a empresária.
Os famosos cortes e outros segredos
Quando brasileiro pensa em churrascaria lembra de imediato do sistema rodízio. Nas argentinas, essa forma de servir não é possível. Lá, essa forma não é aplicada, pois o corte servido vem com aproximadamente 400 gramas. Tanta quantidade de carne requer muito mais tempo para assar. Em média, gasta-se 13 minutos para preparar a carne mal passada, aproximadamente 18 minutos para deixá-la no ponto e cerca de 23 para quem gosta de bem passada. Vale lembrar que em nosso vizinho, come-se apenas na forma mal passada ou ao ponto. Bem passada é invenção de brasileiro.
Basicamente, os principais cortes oferecidos nas parrilas são o assado de tira (costela), o vacio (ponta de agulha), o bife de chorizo (contrafilé), o ojo de bife – o olho do bife , a parte mais nobre do contrafilé -, bife ancho (contrafilé da costela) e tapa de cuadril (é, para os argentinos, como a picanha para os brasileiros). Os cortes são feitos longitudinalmente e diretamente na fibra da carne.
Outra característica é o ponto, tradicionalmente mal passado. Como os cortes são altos, a carne sempre ficará mal passada no meio , garante a especialista.A grelha também é um dos fatores determinantes para a qualidade do churrasco argentino. Elas são móveis, deixando os cortes paralelos às brasas ou inclinados, permitindo maior controle do calor. Isso também impossibilita que a gordura caia sobre o fogo, evitando que fuligem e fumaça subam até a carne . Para temperar, nada mais que sal fino, aquele mesmo utilizado em qualquer cozinha.

www.churrasconobrerj.com.br