A
carne bovina é um alimento extremamente rico em proteínas, vitaminas,
sais minerais e elevado teor de humidade. Estas características da carne
a tornam um produto propício ao desenvolvimento de microrganismos, caso
ela não seja conservada adequadamente e manipulada em condições rígidas
de limpeza do local e do próprio manipulador.
Para
uma boa conservação da carne em casa são necessários cuidados rigorosos
para evitar alterações e contaminações. Assim, devemos sempre obedecer a
limites de tempo e temperatura, que são utilizados nos vários métodos
de conservação.
Quando
falamos de carnes frescas, os meios de conservação são os que usam o
frio, como a refrigeração e o congelamento. A refrigeração deve ser o
método adotado para carne que será preparada e consumida em até 72h após
a compra, no caso de período maior deve-se optar pelo congelamento.
Se
congelada, a carne obviamente deverá passar por um processo de
descongelamento para seu preparo. Este processo também requer técnicas e
cuidados essenciais para se manter a qualidade e a integridade do
alimento.
Resfriar
A
refrigeração é um meio de conservação utilizado para carnes que serão
consumidas num prazo de aproximadamente um a três dias, ou seja, em até
72h após a compra.
Quando você comprar carne resfriada, ao chegar em casa, coloque-a imediatamente no refrigerador.
Para uma boa conservação da carne, é necessário observar algumas regras de higiene:
- Mantenha o refrigerador limpo, lavando as superfícies internas com freqüência;
- Refrigere a carne em porções suficientes para o consumo previsto evitando empilhá-las ou compactá-las;
- Não coloque outros alimentos em cima ou embaixo do recipiente com carne, principalmente já cozidos; lembre-se de que as carnes tendem a gotejar e, assim, podem vir a sujar ou contaminar outros alimentos ou mesmo o refrigerador. Portanto coloque a carne em recipientes fundos ou então um prato sob a carne;
- Armazene carnes no refrigerador somente depois de limpas, sem aparas e preferencialmente sem gordura, que pode rancificar.
Congelamento
O
congelamento da carne é um processo muito simples e prático, além de
ser um dos melhores métodos de conservar o produto, reduzindo as
alterações de cor, de sabor e de valor nutricional.
Todos
os tipos de carne podem ser congelados, com exceção dos miúdos e das
vísceras, que não devem passar por esse processo, pois deterioram-se com
mais facilidade. Caso as vísceras não sejam consumidas de imediato,
elas devem ser fervidas e mantidas em refrigeração (em geladeira) por um
período de, no máximo, dois dias.
Hoje
é possível comprar carnes já congeladas, cujo tempo de conservação será
bem maior se forem mantidas congeladas em casa. Nada impede, no
entanto, que se comprem carnes frescas e se faça o congelamento em casa.
Para
fazer um congelamento caseiro, é preciso estar atento a normas de
higiene e a alguns fatores que interferem na qualidade, na segurança e
na boa conservação da carne.
Condições iniciais do produto
A
carne deve ser sempre adquirida em estabelecimentos idôneos, que zelem
por sua boa procedência. É importante ter um fornecedor de sua inteira
confiança.
Teor de gordura
As
carnes magras conservam-se melhor do que as carnes com capa de gordura.
No caso de cortes como picanha e contrafilé, prefira, para congelar, as
carnes embaladas a vácuo.
Embalagem para congelamento
Hoje
se encontram no mercado várias peças de carne já embaladas. Ao serem
congeladas, as carnes sempre devem estar acondicionadas em embalagens
plásticas limpas, de onde se deve retirar todo o ar. Uma ótima opção é
congelar produtos adquiridos em embalagens fechadas a vácuo.
Tipo de congelamento
O
congelamento de carne deve ser rápido, pois assim provoca poucas
alterações nas características do produto. O congelamento rápido não
ocasiona grandes danos ao tecido muscular e garante a preservação da
maciez e da qualidade nutricional do produto. Este procedimento evita a
formação de grandes cristais de gelo no interior das fibras, mantendo,
assim, a integridade do produto.
Grandes porções de carne
Evite
congelar grandes pedaços de carne. O mais aconselhável é dividir a peça
em porções, ou seja, cortar os pedaços em tamanhos que lhe sejam
convenientes para o uso no dia-a-dia, pois pedaços grandes demoram muito
tempo para congelar-se, o que favorece a formação de grandes cristais
de gelo no interior dos tecidos. Esses cristais alteram as qualidades
culinárias da carne, sobretudo a suculência (quantidade de suco). Além
disso, tal procedimento evita o desperdício, pois a carne, uma vez
descongelada, não deve ser novamente congelada. Carne descongelada só
poderá voltar ao freezer como prato pronto, nunca crua.
- Não é aconselhável lavar as carnes com água antes de congelá-las.
- Carnes com ossos: se você congelar carnes com ossos, tome cuidado para que eles não furem a embalagem.
- Carnes temperadas: evite congelar carnes já temperadas. Temperos como cebola e alho têm alteração de sabor quando congelados por um certo tempo.
- Carne moída: caso queira congelar carne moída, compre-a sempre em estabelecimentos de sua confiança e peça carnes mais magras para moer. A carne moída deteriora-se mais rápido, pois passa por um processo em que há quebra das fibras em partículas muito pequenas.
- Etiquetas: outra dica muito útil é o uso de etiquetas nas embalagens, nas quais se deve colocar o nome da peça de carne (picanha, maminha, alcatra), a data de validade ou de congelamento e a quantidade contida na embalagem (por exemplo, seis bifes, 300 g, para quatro pessoas). Lembre-se de que as carnes, quando congeladas, são todas parecidas e, com o uso de etiquetas, você evitará possíveis enganos de cortes ou de porções.
Seguindo
esses cuidados, a carne congelada terá validade de até oito meses para
carnes em pedaços; seis meses para bifes ou carne assada e três meses
para carne moída. Se a carne permanecer congelada por muito tempo, ela
começará a ressecar-se. O efeito de ressecamento é maior em pedaços
pequenos do que em pedaços grandes, daí a variação no tempo de validade.
Descongelar
O
segredo de um bom descongelamento é ser gradativo, ou seja, o
descongelamento deve ser feito o mais lentamente possível, de maneira
natural e sempre no interior do refrigerador, a uma temperatura entre 2 e
10ºC.
Durante
todo o processo de descongelamento, a carne deve ser mantida na mesma
embalagem em que foi congelada. Este é um processo que requer paciência,
pois a carne deverá permanecer em geladeira descongelando por no mínimo
12 horas, ou de um dia para o outro.
Caso
se tenha pressa em descongelar, faça isto em forno microondas, evitando
ao máximo descongelar carnes em temperatura ambiente ou por imersão em
água, pois isto pode contribuir para o crescimento bacteriano,
aumentando a quantidade de suco da carne, bem como sua rancificação ou
perda de nutrientes.
A
regra básica para se ter uma carne bem conservada com manutenção do
sabor e da suculência é: congelamento rápido e descongelamento lento.
Após
o descongelamento, a carne deve preferencialmente ser preparada e
consumida imediatamente, pois uma vez descongelada estará sujeita à
deterioração. Carne descongelada poderá ser mantida em refrigeração,
porém deverá ser consumida em até 24 horas.
Deve-se
tomar bastante cuidado com o líquido que escorre durante o
descongelamento da carne, pois este líquido pode servir de foco de
contaminação. Por isto, sempre coloque a carne para descongelar num
recipiente fundo e descarte o suco. Após o uso, lave bem o vasilhame
onde a carne foi descongelada. Não é recomendável congelar novamente a a
carne crua, porém se a carne for cozida é possível o recongelamento,
mas lembre-se que podem haver alterações no produto.
Bifes
e hambúrgueres congelados individualmente podem ser descongelados
diretamente no fogo, numa frigideira. Cozinhe sempre hambúrguer e carne
moída bem, até que não haja mais suco escorrendo ou partes de carne
ainda não cozidas.
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