Salsichas variadas, mas achei coração de frango pra deixar o sabor mais brasileiro. Muitos alemães têm nojo dessa nossa “iguaria”
Sabe aquele velho dito de que a primeira vez a gente nunca esquece? Pois é. São muitas as primeiras vezes na vida e o causo aqui não tem nada a ver com amor. Vamos falar de comida. De churrasco, propriamente, já que é fim de semana e o tema me parece inspirador. La vai então.
Era maio de 2009, em um daqueles anos que o inverno parece não querer terminar, e a minha primeira primavera na Alemanha ainda escondia seus espirros por trás de manhãs geladas. Mas naquele dia o sol rompeu as nuvens e os 18 graus no termômetro não deixaram dúvidas: era hora de fazer um churrasco no quintal.
Meu marido, que já havia morado no país antes, era um expert em fogaréu. Mané de Floripa, fez muito churrasco pra mim no Campeche e eu estava ansiosa pela reestreia dele como churrasqueiro no Velho Mundo. Ele arregimentou um amigo alemão e foram para o mercado providenciar todo o material: carne, churrasqueira, carvão, pão com alho. Ao menos era isso que eu imaginava.
Eu fiquei em casa fazendo uns espetinhos e uma maionese, como a gente chama ai no Vale, que na verdade é uma típica Kartofelnsalat, um dos pratos mais populares aqui na Alemanha. Pois eu já estava com tudo pronto – pratos, talheres e afins – quando meu marido entra pela porta esbaforido dizendo pra eu andar logo que o fogo já estava aceso.
Só entendi o porquê da pressa quando vi o churrasco montado em um canto do jardim. Minha cara, nessa hora, foi de um desapontamento tão grande que me esforcei ao máximo pra não chorar. Tudo o que havia aprendido a vida toda sobre churrasco foi-se embora naquele minuto e minha cara deve ter sido tão feia que os dois churrasqueiros da hora desataram a rir.
O riso deles embalava meu sofrimento ao ver uma bandeja de alumínio com salsichas, uns espetinhos e uns pedacinhos de frango. Aprendi que se tratava de uma churrasqueira descartável e que, com sorte, poderíamos assar até duas rodadas de salsicha. Só me consolei com o cheiro de assado que, me perdoem os vegetarianos, cura qualquer mal. Confesso que, passado o desapontamento inicial, não foi ruim e hoje já me consolei de que churrasco por aqui nunca vai ser muito diferente disso.
Mas meu desapontamento deixou marcas e acho que foi o primeiro choque cultural doloroso da minha estada em terras germânicas. Com o passar das semanas, tratamos de melhorar a situação. Remediar, ao menos. Compramos uma churrasqueira de pés – não muito maior que uma frigideira grande! -, umas cadeiras de jardim, uns espetinhos de metal e nos conformamos em comer picanha só no Brasil (ou na frigideira!). Aprendi também que churrasco por aqui – especialmente entre os estudantes – tem regras bem diferentes,especialmente quando é em um parque ou jardim.
A coisa toda é muito simples e não pesa no bolso de ninguém: cada um leva o que vai comer e se responsabiliza por assar o que levou. Alguns levam coisas para dividir, cada um leva a sua bebida e ninguém é o churrasqueiro oficial. No começo, eu preparava um montão de coisas e achava que, se tinha convidado, tinha que fazer tudo para todo mundo. Hoje já aprendi que a vida aqui é muito, muito mais descomplicada e que para ter amigos por perto não preciso passar um trabalhão. O que no começo soava esquisito, hoje cai como uma luva nesse estilo de vida com menos frescura, mais natureza, muito mais piquenique e nenhuma picanha.
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